quinta-feira, 11 de junho de 2015

Insónias

Pensamentos que me deixam acordada,
Noites, dias, horas.

Se apenas conseguisse esquecer,
Nem que por uns dias.

Se a tua ausência significasse o silêncio.
O silêncio da minha cabeça.
O acalmar do meu coração.

Não peço sorrisos.
Felicidade.
Apenas quero-te esquecer.
Apagar este sentimento que em mim vive,
Que em mim cresce.



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Alguns chamam-lhe magia

Alguns chamam-lhe magia,
Outros maldição.

Para uns é fraqueza,
Para outros é poder.

Há pessoas que sorriem quando dizemos a palavra.
Outras desvanecem nos próprios pensamentos.

Uns mudam quem são para agradar,
Enquanto outros são transparentes como a água.

Há quem se esconda atrás de muralhas
E há quem não tenha medo da aventura.

Afinal, o que é o amor sem dualidade? 

http://ivanradev.deviantart.com

sexta-feira, 27 de março de 2015

Learning to be alone

I never knew what it was to be alone.
 
I never wanted to be on my own
Even though I've always been.

This fear grew with me.
He was my company.

Now that I embraced him, everything makes sense.
He's not that bad of a company.

Walking with him,
Sharing the silence.
Admiring the views,
Eating the ice creams.

All is good in his company.
All is good alone.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Fico Sozinho com o Universo Inteiro

Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,
Por toda a parte das coisas sobrepostas,
Os andares vários da acumulação da vida...
Calaram o piano no terceiro andar...
Não oiço já passos no segundo andar...
No rés-do-chão o rádio está em silêncio...

Vai tudo dormir...

Fico sozinho com o universo inteiro.
Não quero ir à janela:
Se eu olhar, que de estrelas!
Que grandes silêncios maiores há no alto!
Que céu anticitadino! —
Antes, recluso,
Num desejo de não ser recluso,
Escuto ansiosamente os ruídos da rua...
Um automóvel — demasiado rápido! —
Os duplos passos em conversa falam-me...
O som de um portão que se fecha brusco dóí-me...

Vai tudo dormir...

Só eu velo, sonolentamente escutando,
Esperando
Qualquer coisa antes que durma...
Qualquer coisa.

Álvaro de Campos, in "Poemas"

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Não Sei Como

Não sei como te dizer.

Não encontro palavras,
Momentos,
Coragem.

Não te sei pedir o que quero.

Tudo é medido,
Pensado,
Cuidado.

Não te consigo mostrar.

Apesar de o fazer todos os dias,
Noites.
Passo-as sem dormir,
A pensar.

Tudo o que te poderia dizer,
Fazer.

Não sei como...

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Pedaço a pedaço,
Vou deixando cair partes de mim.

No mesmo sítio
Deixo os vestígios do que um dia fui.

Sinto cada parte do que sou a desfazer-se.

Até já.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Leva-me


"Take me to church
I'll worship like a dog at the shrine of your lies
I'll tell you my sins and you can sharpen your knife
Offer me that deathless death
Good God, let me give you my life
"


Santuário de Fátima, 2014

Leva-me.
Leva-me de vez.

Deixa-me que te dê tudo o que tenho,
Tudo o que posso vir a ser,
O meu futuro.

Sinto a água gelada no rosto.
A corrente deste rio move-me.
Faz com que me leve até ti.

Flutuando, deixo de sentir,
Apenas ouço a água forte a bater nas pedras.
Em mim.

Mostra-me o teu brilho,
Puro, reconfortante.
Invade-me o espírito,
Deixa o meu corpo.